Nhamundá é um município situado no interior do estado do Amazonas, pertencente à região do Baixo Amazonas, localizado a cerca de 375 quilômetros da capital, Manaus. Nhamundá é uma ilha que ocupa uma área de 14.105,619 km² e sua população, contada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021, é de 21.710 habitantes, divididos entre a zona urbana e 62 comunidades rurais.
As origens do município de Nhamundá remontam às primitivas povoações dos índios – nas primeiras décadas do século XVI, – tcháwhiyána, hixkariana, sákáka, kamáeyana, chiriwiyána, kumuyána, wari condurizes e, jamundás, cujo tuxauá se chamava Jamundá, que, dada a luta em prol da liberdade de seu povo, devido à exploração e maus-tratos pelos colonizadores, fez um levante conduzindo a tribo waboy para as cabeceiras do alto rio, que em sua homenagem ganhou o seu nome e, por conseguinte, dá nome ao município. A pequena ilha carrega em sua gênese o encontro histórico entre os espanhóis e as grandes índias guerreiras, comparadas as Amazonas, narradas na mitologia grega. O acontecimento, presente nos principais livros de história, deu nome ao estado do Amazonas. O Município possui cachoeiras e praias lindíssimas, além de rios e lagos fartos de peixes que atraem pescadores esportivos. O município está no Livro dos Recordes de Pescaria: o maior tucunaré de água doce, da espécie vazzoleri, foi pescado no Rio Paratucu, na região do Alto Nhamundá. A captura foi registrada e homologada pela Internacional Game Fish Association (IGFA).
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No ano de 1758 a pequena ilha foi elevada à categoria de vila. Em 1911, apareceu na divisão administrativa do Brasil como integrante do Município de Parintins e, em seguida, foi considerado distrito de Jamundá (extinto em 1933). Somente em dezembro de 1955 a ilha foi desmembrada de Parintins e se transformou no município autônomo de Nhamundá. Porém, a cidade só passou a existir oficialmente dia 31 de janeiro de 1956, data em que o primeiro prefeito da cidade, o tenente Pedro Macedo de Albuquerque, foi nomeado pelo então governador do Estado do Amazonas, Doutor Plínio Ramos Coelho.
A região de Nhamundá é até hoje marcada pela lenda de mulheres guerreiras que viviam no Amazonas. A história sobrevive após relatos históricos de expedições de exploradores que navegaram pelo Rio Amazonas por volta de 1500, época do descobrimento do Brasil. Segundo a lenda, existiam mulheres que andavam a cavalo, manipulando arco e flecha, com grandes habilidades. Essas mulheres se recusavam a viver com homens em suas terras, ficaram conhecidas como as índias Amazonas pois, de acordo com relatos, eram parecidas com as Amazonas da mitologia grega. Para a comunidade indígena, elas são as guerreiras Ycamiabas.
De acordo com a descrição de Frei Gaspar de Carvajal, escrivão da expedição de Francisco de Orellana, elas eram mulheres altas, musculosas, de pele brancas, possuíam cabelos compridos e negros e, como exímias arqueiras, arrancavam seus seios direitos para melhor manipular o arco e flecha.
A história diz ainda que as índias admitiam apenas mulheres em sua tribo e em seus períodos férteis elas capturavam índios de outras tribos para realizar o ritual de reprodução. Ao engravidar, informavam aos seus parceiros que, se nascesse um curumim (menino), elas entregavam a criança aos pais, porém se nascesse cunhatã (menina) elas ficavam e presenteavam o pai com um talismã verde, conhecido como Muiraquitã.
O ritual das pedras verdes ou Muiraquitã, acontecia uma vez por ano em uma festa dedicada à lua. As índias mergulhavam no lago e traziam nas mãos um barro verde, onde modelavam com formas variadas de rã (símbolo da fertilidade), tartaruga e outros animais. Ao entrar em contato com o ar, o barro endurecia e o objeto passava a ser usado como colar, uma espécie de amuleto presenteados por elas aos homens. Por essa razão, as tribos das Ycamiabas eram conhecidas como o “Reino das pedras verdes”.
Economia
A economia do município gira em torno do setor primário, sendo a produção agrícola, a farinha e a pecuária, umas das principais atividades econômicas.
A criação de bovinos também está presente na região. Porém, a agricultura de subsistência, como o cultivo de mandioca para a fabricação da farinha, destaca-se entre os ribeirinhos locais.
Além das lindas praias ao redor da cidade, que são pontos turísticos para quem vem de fora e orgulho para os nhamundaenses, Nhamundá possui também outra localidade muito conhecida, principalmente nos livros de História, o Espelho da Lua, localizado na região do Alto Nhamundá.
Cultura
O calendário cultural de Nhamundá é bem diverso, começando em janeiro com o aniversário da cidade, maio a Exposição Agropecuária de Nhamundá (ExpoaNh), em junho festa ao padroeiro da cidade, Santo Antônio, agosto festa da padroeira, Nossa Senhora Assunção, em setembro a tradicional Festa da Pesca ao Tucunaré e em dezembro o réveillon.